sexta-feira, 9 de março de 2012

Boletim 15 - Cama Compartilhada

Essa semana meus pequenos ficaram doentes pela primeira vez. Não foi nada de grave. Um, quer dizer, dois, resfriadinhos. Mas para pessoinhas tão indefesas um resfriado é grande coisa. Eles tem passado o dia bem, só tossindo e espirrando de vez em quando. A noite é que é mais complicado. Não dá pra chupar chupeta com o nariz entupido. Não dá pra dormir sem colocar algo na boca. Não dá pra colocar a mão na boca, se os bracinhos estão embrulhadinhos. Não dá pra ficar sem o embrulhinho, senão eles se assustam com os próprios movimentos e acordam... Resultado, as noites que estavam ficando tranquilas, voltaram a ser cansativas. E sei que isso faz parte da rotina de mãe. Filhos ficam doentes mesmo. Espero que eles (e eu também, é claro) vivam muito para eu cuidar de outros tantos resfriadinhos que vierem. Espero que eles baguncem meu sono sempre que precisarem de mim, para colocar uma chupeta que caiu, para espantar um monstro no meio da madrugada, para fazer um lanche enquanto estudam para uma prova difícil, para esperar eles chegarem de uma festa, para dar ficar junto quando eles sofrerem por amor, ou qualquer outro motivo...

A primeira vez que o Caio ficou doente, ele abandonou o berço e desde então passou a dividir a cama com a gente. Foi ótimo naqueles dias que ele esteve doente, ter ele pertinho de mim, sentir a febre subir ou baixar e acima de tudo oferecer carinho de mãe enquanto ele dormia. A gripe passou e ele não conseguiu dormir mais no berço. Foi ficando, foi ficando, e tá ficando. No começo me sentia super mal. Achava que eu estava errando como mãe. Essa sensação passou. Descobri que não existe certo e errado no universo materno. O que é bom e deu certo pra mim, pode não ter funcionado com outras mães. Tentei tirar o Pingo da nossa cama outras tantas vezes, todas em vão. Quarto novo, cama nova, lençol novo, jogo de almofadas com as letras do nome dele, irmãos bebês que dormem sozinho no quarto,  mas nenhuma alternativa deu certo. Simplesmente porque eu (e o Felipe também claro) não queremos e não conseguimos dormir sem ele...

Como dormir sem um carinho no cabelo, um abraço inesperado no meio da madrugada, nossa troca de elogios antes de dormir?  Eu posso até ser expremida, virar travesseiro, mas se antes de dormir eu ouço "sabia que vc é bonita" ou "eu que te amo mais, do tamanho do céu" ou ainda "eu não quero trocar de mãe. quero você pra sempre", não tem como não ter um sono tranquilo. Não tem como esquecer de rezar e agradecer. E cá pra nós, não consigo mais abrir mão disso não. Preciso disso pra manter a auto-estima lá em cima. 

E ao ver meus tiquinhos dodóis, juro que tive vontade de levá-los pra minha cama também. Mas, não dá né. Pelo menos por enquanto não. Mas o soninho da tarde com meus anjinhos tá garantido. Na cama com a mamãe. Até que o fim da licença maternidade nos separe...





2 comentários:

  1. Do jeito que isto vai, acho melhor tirar cama , armário e tudo mais do quarto e colocar um grande tatâmi , assim não vai haver perigo de alguem ir parar no chão.
    (deixe tb um cantinho para vovó)

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  2. Essa ideia do tatâme é sensacional!

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